terça-feira, 4 de novembro de 2014

Um Convidado Bem Trapalhão / The Party (1968)



Quando o filme Um Convidado Bem Trapalhão / The Party (1968) foi lançado eu ainda não tinha nascido. Meus pais assistiram no cinema e me contaram que a plateia ria do começo ao fim. Muitos anos depois eu tive a oportunidade de assistir Um Convidado Bem Trapalhão numa mostra de cinema dos grandes mestres da comédia. Eu também dei muita risada com essa comédia simples e inteligente. O produtor do longa-metragem foi Blake Edwards, responsável pela produção da franquia A Pantera Cor-de-Rosa no cinema (1963 – 1982). A trilha sonora era de responsabilidade do maestro Henry Mancini, que criou o tema do filme A Pantera Cor-de-Rosa em 1963. O ator principal era Peter Sellers, um ator genial que transitava entre drama e comédia com maestria. Nos bastidores do cinema comenta-se que os grandes atores de comédia costumam dar um show de interpretação em dramas. Jim Carrey e Ben Stiller são provas disso após suas interpretações em O Show de Truman (1998) e A Vida Secreta de Walter Mitty (2013), onde Ben Stiller prestou uma homenagem a Peter Sellers quando mostrou a capa da Revista Life que trazia o rosto do ator na capa.






O longa-metragem Um Convidado Bem Trapalhão traz a história de um ator indiano chamado Hrundi V. Bakshi (Peter Sellers). O sonho dele era participar de filmes de Hollywood, mas ele acabou criando inúmeros problemas no set de filmagem. Infelizmente ele era muito atrapalhado e mesmo com uma enorme boa vontade, destruiu um castelo cenográfico, gerando um prejuízo gigantesco para o estúdio. Acredite que essa sequência inicial dele no set de filmagem já vale o ingresso! Obviamente ele foi demitido pelo furioso diretor do filme, que entrou em contato com o Diretor Executivo do estúdio Fred Clutterbuck (J. Edward McKinley), para pedir a demissão do ator pelo prejuízo. Furioso ele anotou o nome de Hrundi V. Bakshi e afirmou que ele seria demitido imediatamente. Porém um engano mudaria o destino do personagem principal da história. O nome de Hrundi foi anotado numa lista de convidados de uma festa da esposa do chefão, a senhora Alice Clutterbuck (Fay McKenzie). Quando a secretária entrou e perguntou sobre a lista de convidados, nervoso ele respondeu que estava em cima da mesa.






Hrundi V. Bakshi ficou muito feliz quando recebeu o convite para a festa de gala na casa do Diretor Executivo do estúdio. Os elegantes convidados trajavam smoking ou belos vestidos longos. Hrundi chegou todo satisfeito com seu terno claro, meia vermelha e sapatos brancos! Todos se perguntavam quem era aquele convidado, mas ninguém sabia responder. Sua curiosidade criou inúmeras situações hilárias. São tantas situações engraçadas que vou deixar a surpresa para você, porém destaco a cena em que Hrundi vai até a suíte do casal. A cena é hilária e eu chorei de tanto rir. Uma curiosidade sobre essa cena do banheiro é que ela serviu de inspiração para Ben Stiller no filme Quero Ficar com Polly (2004). Durante a festa Hrundi foi se aproximando da bela atriz novata Michele Monet (Claudine Longet) e um romance poético e puro nasceu desse encontro. Outro destaque do longa-metragem é o ator Steve Franken que interpretou o personagem Levinson, o garçom que durante a festa vai ficando cada vez mais bêbado. A performance do ator foi tão competente que seu personagem é tão lembrado quando o protagonista.






Para desespero da anfitriã Alice Clutterbuck, sua filha hippie chegou com um grupo enorme de amigos. Completamente alternativos acabam quebrando as regras da festa de gala e tudo começa a fugir do controle. A recepção segue e anfitriões, convidados, banda, empregados e os penetras se misturavam num caos inimaginável. As situações eram completamente nonsense e mostravam claramente como era a atmosfera dos jovens rebeldes do final da década de 60. Em clima de paz e amor eles trouxeram até um elefante para dentro da casa. A trilha sonora colabora para a imersão da plateia na cultura hippie. O filme tinha um roteiro bem solto, mas ficava claro que havia uma crítica ácida referente aos bastidores de Hollywood. Dessa forma o longa-metragem nos presenteou com um Peter Sellers descontraído e que improvisou em quase todas as cenas. Um Convidado Bem Trapalhão entrou para a história do cinema como um dos melhores trabalhos de comédia do ator e está classificado entre os cinco melhores filmes de sua carreira.



Blog Minha Vida no Cinema
www.minhavida-nocinema.blogspot.com.br
www.facebook.com/minhavidanocinema
minhavidanocinema@gmail.com
 

Nenhum comentário: