É importante avisar a todos os leitores que o longa-metragem “Entre Abelhas” é um drama! Talvez essa tenha sido a maior frustração das pessoas ao final das sessões de cinema. Mesmo tendo vários integrantes do canal de humor Porta dos Fundos, sucesso absoluto na internet, a história é repleta de angústia e incertezas. O roteiro escrito pelo diretor Ian SBF em parceria com Fábio Porchat é complexo e o final da história é interpretativo. O personagem principal era Bruno (Fábio Porchat), um editor de imagens, que sofreu com o fim de seu casamento com Regina (Giovanna Lancellotti). Era possível perceber que o amor e a admiração entre eles acabou. Ela não queria mais viver ao lado de Bruno, que provisoriamente, voltou a morar com sua mãe (Irene Ravache). Era uma situação delicada, porque o retorno dele, desorganizou a rotina de vida daquela mãe.
Davi (Marcus Veras) era machista, preconceituoso e mulherengo! Era o melhor amigo de Bruno e organizou a “despedida de casado” numa boate. Fez questão de contratar a prostituta Rebeca (Letícia Lima) para alegrar a noite de Bruno, que só queria beber para esquecer a tristeza. O único interesse de Bruno era saber dela, onde o dono da boate tinha comprado uma cadeira vermelha de estilo vintage. Rebeca percebeu que não teria a menor chance naquela noite e marcou seu telefone, com batom vermelho, na testa de Bruno. Certamente o momento mais interessante daquela noite, foi a foto de todos os amigos abraçados num canto da boate. Além da tristeza, Bruno passou a ficar angustiado, quando percebeu que algumas pessoas começaram a desaparecer de sua vida. Logo percebeu que, por algum motivo inexplicado, ele não enxergava mais algumas pessoas.
Bruno foi ao médico da família, ao oftalmologista e ao psicólogo. Triste e angustiado, percebeu que com o passar dos dias, o número de pessoas diminuía drasticamente. Sua mãe ficou tão desesperada, que contratou Nildo (Luis Lobianco), para testar cotidianamente a visão do filho. Aos poucos Bruno não enxergava mais os colegas de trabalho, os amigos mais próximos e muitas pessoas nas ruas. As cenas dele sozinho no centro da cidade são impressionantes e me fizeram lembrar do longa-metragem “Eu Sou a Lenda” (2007) com Will Smith. Felizmente ele ainda enxergava a sua mãe, a ex-mulher, seu psicólogo e alguns desconhecidos pela rua. Um dia Bruno disse ao terapeuta, que cientistas estavam estudando porque em algumas colmeias do mundo, as abelha saíam após o nascer do sol e desapareciam para sempre. Só restava a Rainha e alguns zangões!
Um dia Bruno decidiu voltar para a boate em que tinha comemorado a “despedida de casado”. Ele ainda queria saber onde o dono da boate tinha comprado uma cadeira vermelha de estilo vintage. Era de manhã e a boate estava fechada, mas ele encontrou Rebeca na porta. Ela concordou em ajudá-lo, mas antes de entrar, deu um carinhoso beijo na boca de Bruno e disse: “Eu queria ter feito isso naquela noite!” Ele acabou comprando a cadeira e tinha como objetivo presentear a sua ex-mulher. Aliás, a cena em que Bruno presenteia Regina com a cadeira é uma das mais impactantes do longa-metragem! O tempo foi passando e ele não enxergava mais ninguém conhecido. Solitário, angustiado e triste, ele foi sobrevivendo, até que inesperadamente descobriu algo.
Bruno entendeu que aquilo poderia modificar a sua vida! Finalmente você entenderá a ligação entre ele, a cegueira e as abelhas. As explicações para entender o que causava a cegueira nele estão implícitas no longa-metragem e também neste texto. A história de “Entre Abelhas” é sutil e fará você pensar bastante.
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