Sou fã
do cinema brasileiro de excelência. Gosto de todos os gêneros, mas
lamento o excesso de comédias, que em muitos casos possuem uma
qualidade questionável. O longa-metragem A Busca, protagonizado pelo
ator Wagner Moura é um drama que aborda o relacionamento entre os
membros de uma família desestruturada. É um road movie que prende a atenção da plateia e lamento profundamente porque na minha
sessão de cinema haviam somente 12 pessoas na sala. O longa-metragem
marca a estreia do diretor Luciano Moura nas telonas e trouxe
personagens muito interessantes. O médico Theo Gadelha (Wagner
Moura) era um pai extremamente controlador, que vivia nervoso e
irritado. Inconformado após a separação, insistia para que a
ex-esposa Branca (Mariana Lima) continuasse morando na antiga casa,
porque afinal de contas, ali tinha sido construída a casa dos
sonhos.
Pedro
(Brás Antunes) era o único filho do casal, tinha 15 anos e obviamente não se
entendia com seu pai, que estava inconformado porque ele não
queria viajar para a Austrália num programa de intercâmbio. As
frases de Theo mostravam o quanto ele era controlador. Numa discussão
com a ex-mulher ele disse: “O problema é com a Austrália! Então
vai para a Nova Zelândia. Será que ele não imagina que eu estou
dando tudo aquilo que meu pai nunca teve condições de me dar? Não
é possível recusar uma oportunidades dessas.” Para piorar a
situação, Theo viu na sala da casa uma cadeira que o garoto recebeu
do avô (Lima Duarte) pelo correio e completamente descontrolado
arremessou o presente na parede e disse: “Eu não quero que o meu
filho tenha contato com ele!” Logo fica claro que a personalidade
controladora de Theo faz com que ele tenha problemas de relacionamento com todo mundo.
Ninguém suporta viver ao lado de Theo e assim ele sempre acaba isolado e
resmungando sobre alguma coisa.
Num final
de semana Pedro avisou a mãe que ficaria na casa de um amigo. Ela
concorda desde que ele volte a tempo de jantar com seus pais na noite
de domingo. No horário combinado Theo chega para jantar comida japonesa e logo reclamou sobre a ausência do filho. Branca então ligou
para a casa do amigo do filho e descobriu que ele não passou o fim
de semana lá. Pedro tinha fugido de casa e seus pais entram em
pânico. Theo decidiu ir até a casa do amigo para obrigá-lo a
contar tudo o que sabia. O garoto contou que Pedro dizia que venderia
o próprio computador porque estava precisando de dinheiro. Theo e
Branca voltaram desnorteados para casa e o telefone tocou. Do outro
lado da linha um homem desejava confirmar os dados de uma ficha de
cadastro em nome de Pedro. A situação ficou mais complexa quando
descobrem que o garoto passou por uma ONG de Proteção Animal e
escolheu um cavalo preto! Os pais inconformados foram até lá e
descobriram que o rapaz adotou o animal sem nenhum custo após
assinar um termo de posse responsável.
Na volta
para casa Theo perguntou para Branca se o garoto tinha ficado maluco! Para
Theo, a fuga de Pedro para não viajar para a Austrália e
ainda adotar um cavalo eram atitudes completamente absurdas e insanas. Algum tempo depois o
celular da mãe tocou. Theo arrancou o aparelho da mão dela e ouviu
alguém do outro lado da linha dizer que aquele celular tinha sido
encontrado ao lado de destroços no acostamento de uma rodovia.
Branca foi obrigada pelo ex-marido a ficar em casa aguardando um
possível telefonema do filho e Theo saiu de carro para iniciar a
busca pelo filho. Aflito ele segue inúmeras pistas pelos lugares
por onde seu filho passou. Nessa jornada o pai vivenciou experiências
transformadoras e aos poucos passou a enxergar seu filho de forma
diferente. O longa-metragem trouxe uma fotografia marcante e um elenco
cativante composto por Abrahão Farc, Rui Rezende, Leandro Firmino da Hora e
o estreante Brás Antunes, filho do ex-titã Arnaldo Antunes. A Busca
é um longa-metragem com um desfecho surpreendente e que não
subestima a inteligência de seus espectadores.
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