Foto: TPS Dave
Infelizmente
K-19: The Widowmaker / K-19: The Widowmaker (2002) não teve muita repercussão nos cinemas. Poucas
pessoas tiveram o interesse de assistir ao filme que conta uma das
melhores histórias sobre o período da Guerra Fria. O longa-metragem
é baseado na história real da tripulação de um submarino nuclear
da União Soviética no ano de 1961. É muito importante destacar que
o comando soviético fez questão de arquivar esse episódio para que
fosse esquecido para sempre, porém após 28 anos os acontecimentos
históricos ressurgiram após o fim do Comunismo em 1989. Widowmaker
significa aquele que faz viúvas. Em 1961 o presidente
norte-americano era John F. Kennedy (1961-1963) e seu país lutava
contra a expansão do comunismo. Já o líder político comunista era
Nikita Khrushchov (1953-1964) que lutava para manter os princípios
comunistas. A tensão da Guerra Fria era enorme e qualquer incidente
entre os dois países poderia iniciar a Terceira Guerra Mundial.
Durante
o período da Guerra Fria, a União Soviética decidiu lançar o
submarino nuclear K-19 e infelizmente o cronograma de construção
foi acelerado. O capitão escolhido para a primeira missão foi
Alexei Vostrikov (Harrison Ford), tendo como primeiro oficial Mikhail
Polenin (Liam Neeson) e como oficial responsável pelo reator nuclear
o jovem Vadim Ratchenko (Peter Sarsgaard). O K-19 navegou pelo Oceano
Glacial Ártico abaixo das imensas geleiras e mais ao norte emergiu
rasgando a camada de
gelo. Após a parada completa do submarino, um compartimento foi
aberto e expôs um míssil nuclear. Alguns segundos depois houve o
lançamento ruidoso acompanhado de uma cortina de fumaça. O míssil
ganhou altura verticalmente e explodiu no céu azul sem nuvens bem
acima da geleira. A missão do K-19 estava cumprida! Na minha
opinião, a cena do lançamento do míssil já valeu o ingresso.
Com
o sucesso da missão, os marinheiros saíram do submarino para
aliviar o estresse claustrofóbico jogando futebol no gelo.
A música clássica escolhida tornou essa cena inesquecível. Depois
do jogo, os tripulantes tiraram uma foto de recordação, que
imortalizou a primeira tripulação do K-19. Quando navegavam de
volta para a União Soviética, o capitão Vostrikov informou que
Moscou determinou que o submarino seguiria rumo a costa leste dos
Estados Unidos para navegar entre Washington e Nova Iorque.
Algumas horas depois ocorreu uma pequena explosão no
reator! Houve vazamento de radiação no compartimento do submarino, a temperatura
começou a subir rapidamente e surgiu o risco de uma explosão
gigantesca de 1.4 megatons.
O
grande risco de uma explosão nuclear do K-19 na costa leste dos
Estados Unidos, no período da Guerra Fria, seria os norte-americanos
interpretarem o fato como um ataque da União Soviética. Dessa forma
o contra-ataque poderia iniciar a 3ª Guerra Mundial.
Como os desdobramentos dessa história real poderiam ser
catastróficos, a tripulação do K-19 precisava decidir como
proceder diante do risco de explosão. A primeira opção seria pedir
ajuda aos norte-americanos, mas a rivalidade inviabilizava o pedido.
A segunda opção seria submergir o K-19 e navegar a maior distância
possível rumo a União Soviética. A terceira opção seria a
tripulação tentar conter o vazamento radioativo para diminuir a
temperatura do reator e eliminar o risco da explosão. O tempo é o
maior inimigo da tripulação e o capitão Vostrikov precisa decidir
o mais rápido possível. O longa-metragem é uma aula de história,
que me emocionou muito e que me fez pensar em conceitos como honra,
hierarquia e coragem.
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