terça-feira, 5 de junho de 2018

Corra! / Get Out (2017)



Na terceira semana de maio de 2017, o foco dos cinéfilos estava na estreia do longa-metragem “Rei Arthur – A Lenda da Espada / King Arthur: Legend of the Sword” dirigido pelo badalado diretor Guy Ritchie. Porém naquela semana, discretamente estreava “Corra! / Get Out”, o primeiro filme dirigido por Jordan Peele. Uma semana depois, a história dirigida por Guy Ritchie era um fracasso de crítica e público, enquanto o longa-metragem dirigido e roteirizado por Jordan Peele, era muito elogiado pela crítica e lotava as salas de cinema. Surgia naquele momento, mais um fenômeno espontâneo do cinema, que entraria para a galeria dos melhores de todos os tempos! O mais interessante é que nenhum dos críticos de cinema aprofundou seus comentários sobre “Corra! / Get Out” para não estragar as surpresas, mas afirmavam era uma das melhores surpresas dos últimos anos. 




Quando entrei na sala de cinema, não tinha assistido aos trailers e a única informação que eu tinha era a de que era um filme diferente e criativo! Inicialmente o longa-metragem parecia um romance, mas com o desenvolvimento da história, tudo ficou muito mais intrigante. Eu sentia aquela sensação de que algo estava errado, mas não conseguia identificar o que estava realmente acontecendo! Lembrei-me que senti essa mesma sensação quando assisti “O Sexto Sentido / The Sixth Sense” (1999) de M. Night Shyamalan e “Os Outros / The Others” (2001) de Alejandro Amenábar. Quanto mais os personagens eram desenvolvidos na história, mais dúvidas surgiam. Ao final, percebi que “Corra! / Get Out” tinha uma grande história, composta de romance, suspense, ficção e terror, com um final muito impactante! O que torna o longa-metragem ainda mais interessante é que quando eu assisti pela segunda vez, percebi que assim como os outros dois sucessos do cinema, muitas pistas apareciam sutilmente nas cenas! 




O diretor Jordan Peele, surpreendeu o mundo inteiro pela criatividade da sua história, já no seu primeiro longa-metragem! Assim como M. Night Shyamalan, será quase impossível, superar essa obra-prima no decorrer da carreira. Seu roteiro liga todas as situações e sua direção foca nos detalhes. Para agregar ainda mais valor para a obra, escolheu Michael Abels para criar uma trilha sonora envolvente, que deixou-me tenso em vários momentos. A história aparentemente simples, aborda o preconceito, através do romance entre Rose Armitage e Chris Washington, um casal interracial. Muitas pessoas da sociedade não aceitavam que uma jovem branca e rica, tivesse escolhido um jovem negro para namorar? Após cinco meses de namoro, Rose decidiu que já era hora de apresentar o namorado para sua família. Chris perguntou: “Seus pais sabem que eu sou negro? Rose respondeu: “Meus pais não são racistas. Se pudesse, meu pai votaria em Barack Obama pela terceira vez!” 




Antes da viagem, Chris deixou o seu cachorro Sid com seu melhor amigo Rod Williams, que curiosamente era preconceituoso e dizia que namorar com uma mulher branca nunca dava certo. No dia seguinte, o casal partiu para um final de semana na casa dos pais de Rose no interior. Na chegada Chris estava muito tenso, mas ficou impressionado com a gentileza dos pais de Rose, o senhor Dean Armitage e sua esposa Missy. A mansão ficava numa linda propriedade rodeada por árvores e o anfitrião fez questão de mostrar tudo para Chris. Jeremy, o irmão de Rose que estudava fora, era o membro mais inconveniente da família por beber e falar demais. Para a surpresa do casal, naquele final de semana haveria a tradicional festa anual da Família Armitage. Rose reclamou porque queria um final de semana mais íntimo com a família, mas Missy disse para a filha que a festa era realizada todos os anos na mesma época. Ainda completou dizendo que a culpa era de Rose e sua memória fraca.




Antes da festa, Chris teve a oportunidade de fotografar a linda paisagem e conversou um pouco com a empregada Georgina e o jardineiro Walter. Quando a festa começou, Rose fez questão de apresentar o namorado para todos os convidados! As pessoas foram simpáticas, mas o rapaz percebeu o preconceito velado. Chris lamentou que Rose tivesse esquecido da festa, justamente na data que eles escolheram para visitar a família dela. Infelizmente aquele final de semana ainda traria consequências desagradáveis para ele, que transformariam a sua forma de enxergar o mundo! Com sequências impressionantes, “Corra! / Get Out” deixou todos confusos até o desfecho final, que foi impactante e forte. Um longa-metragem criativo, que focou nos detalhes de uma história inesquecível, que deixou a plateia completamente sem fôlego! 



Minha Vida no Cinema 

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