Acredito que todas as gerações de
adolescentes merecem ser bem representadas pelo cinema! Fui adolescente na
década de 80 e o longa-metragem que representou maravilhosamente a minha geração
foi Clube dos Cinco / Breakfast Club
(1985), dirigido pelo genial Jonh Hugues (encontre o texto no Índice de Filmes do blog). Os personagens eram reais e um deles
tinha uma personalidade muito parecida com a minha. Emocionei-me porque seus conflitos
eram iguais aos meus! Curiosamente, o filme As Vantagens de Ser Invisível / The Perks of Being a Wallflower (2012) é
aquele que representou muito bem os adolescentes dos anos 90. A história foi baseada
no livro homônimo, escrito por Stephen Chbosky, que contou vários momentos de
sua adolescência nos anos 90. Seus personagens baseados nele e em seus amigos, tiveram
várias experiências com sexo, álcool, entorpecentes e até abuso sexual.
Stephen Chbosky, o autor do livro é também o diretor do longa-metragem e assim as duas obras são muito parecidas. A
história do filme foca num período de 18 meses da vida do adolescente Charlie (Logan
Lerman), que estava emocionalmente abalado e que lamentava ter ingressado no
ensino médio. Seu único amigo havia se suicidado meses atrás e esse trauma
tornou Charlie ainda mais introvertido. Para piorar, ele se sentia culpado pela
morte de sua querida tia Helen (Melanie Lynskey) num acidente de carro. Charlie
estava emocionalmente vulnerável para enfrentar seus novos desafios acadêmicos
e para sobreviver naquela atmosfera torturante ele escrevia. Entre artigos
sobre literatura e cartas para seu melhor amigo morto, Charlie despertou o
desejo de ser escritor. Graças ao seu talento e inteligência, ficou amigo do
professor Anderson (Paul Rudd), que indicou ao aluno dedicado os melhores
livros.
Alguns dias após o início das aulas, a
vida de Charlie começou a mudar, quando conheceu a aluna veterana Sam (Emma
Watson) e o meio-irmão dela Patrick (Ezra Miller). Ela percebeu que Charlie,
assim como ela, sofria com o bullying
dos outros alunos. Sam percebeu que o rapaz também era “mais uma bela flor,
isolada num muro frio” (wallflower),
mas fez questão de enfatizar para ele, que ser invisível gerava uma liberdade
de expressão maravilhosa. Charlie entrou para a nova turma, composta pela
garota sexualmente liberada Sam, o irreverente homossexual Patrick, a gótica
cleptomaníaca Alice (Erin Wilhelmi), a budista punk Mary Elizabeth (Mae
Whitman) e o tranquilo Bob (Adam Hagenbuch). Logo nas primeiras festas, Charlie
descobriu que a música acompanhada de drogas e sexo era algo natural para a
turma, mas ganhou um brinde e foi aceito pelos novos amigos, porque não julgava
e nem comentava o que via com ninguém.
Numa das cenas mais representativas do
filme, ao som de Heroes com David Bowie, Sam mostra para Charlie o quanto ela deseja a liberdade! Após essa
experiência, o rapaz empolgado disse: “Me sinto infinito!” Aos poucos, a
cumplicidade da turma só aumentava, porém Charlie sofria porque tinha se
apaixonado por Sam, que namorava Craig (Reece Thompson). Na semana do Natal, os
amigos se reuniram e Charlie deu de presente para Sam um single (disco pequeno de vinil) original dos Beatles. A bela jovem
presenteou o amigo que sonhava em ser escritor com uma máquina de escrever e
disse: “Escreva sobre nós...” No semestre seguinte, Charlie foi surpreendido
pela amiga Mary Elizabeth, que aproveitando a timidez dele, anunciou para todos
que estavam namorando! Felizmente o relacionamento unilateral terminou poucas
semanas depois, quando Charlie disse que a garota mais bonita da turma era Sam,
durante um jogo de “verdade ou desafio”.
Charlie despertou uma rivalidade latente
entre Sam e Mary Elizabeth e foi afastado da turma. Sofreu muito pela perda das
mais interessantes experiências de vida ao lado dos amigos! Charlie foi
convidado a voltar para turma algumas semanas depois, quando mostrou para todos
os alunos da escola, o quanto seu querido amigo Patrick era importante para
ele! As semanas foram passando e o final do ano letivo se aproximava. Charlie
estava muito feliz porque incentivava Sam a ingressar na universidade, mas ao
mesmo tempo ficava triste porque sabia que a amada poderia partir. No diálogo
mais verdadeiro entre Sam e Charlie, ela disse que jamais acreditou que um rapaz
tão especial pudesse gostar dela. Com a sensação de que deixaram uma grande
oportunidade escapar, ele disse: “aceitamos o amor que achamos merecer”.
Com uma história baseada na adolescência
do próprio autor do livro, o longa-metragem As Vantagens de Ser Invisível / The Perks of Being a Wallflower retrata
todas as experiências de uma geração de adolescentes, sem julgamentos ou lições
de moral. Com uma trilha sonora inspiradora, a história conquistou fãs em todo
o mundo, porque deixa claro que as piores experiências de sua adolescência
devem ser entendidas e esquecidas. Afinal de contas, uma das lições mais
importantes do filme nos ensinou que “não escolhemos o passado, mas podemos
decidir nosso futuro”.
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