Quando assisti ao filme A Vila no cinema em
2004, o diretor M. Night Shyamalan já era famoso, por trabalhos como
o excelente O Sexto Sentido (1999), Corpo Fechado (2000) e Sinais
(2002). As pessoas tinham uma grande expectativa para assistir ao
longa-metragem A Vila, porque além do elenco maravilhoso e da
fotografia deslumbrante, o diretor sempre criava uma grande surpresa
no final. Felizmente assisti ao filme numa sala antiga de cinema,
onde as pessoas que saíam, não encontravam aqueles que aguardavam o
início da próxima sessão. Isso era maravilhoso, porque as pessoas
não corriam o risco desagradável, de saber o desfecho do filme,
antes do início da sua sessão. Como fã do diretor, fiquei
impressionado com a reviravolta do roteiro e lembro-me da empolgação
das pessoas no cinema, após o desfecho final. Lamento que após A
Vila, o diretor tenha tido um hiato criativo até o ano de 2015,
quando foi lançado o surpreendente A Visita.
Em 1897, numa região isolada da Floresta de
Covington na Virgínia, havia uma pequena vila. Ali vivia um pequeno
grupo de pessoas, liderado por um grupo oito anciões. Nenhum morador
tinha permissão para ultrapassar as fronteiras da vila, porque o
restante da floresta era dominado por criaturas monstruosas. As
pessoas chamavam essas criaturas de “aqueles a quem não
mencionamos” e todos aboliram a cor vermelha na vila, que atraía tais criaturas. O líder dos anciões era o viúvo Edward
Walker (William Hurt), pai da sonhadora Kitty (Judy Greer) e da
corajosa Ivy (Bryce Dallas Howard), que tinha nascido cega. As duas
jovens eram apaixonadas pelo tímido Lucius Hunt (Joaquin Phoenix),
filho da anciã viúva Alice Hunt (Sigourney Weaver), porém Ivy era
o veradadeiro amor do rapaz. Ivy era alegre, corria por todos os
lugares da vila e a cegueira nunca foi um problema na vida dela. Seu
melhor amigo era Noah Percy (Adrien Brody), um rapaz com distúrbios
mentais. A rotina tranquila da vila foi quebrada, quando um menino
morreu por falta de medicamentos. Lucius foi voluntário para
atravessar a floresta em busca de medicamentos, mesmo sabendo que
poderia ser atacado pelas criaturas monstruosas.
O conselho dos anciãos negou a saída de
Lucius dos limites da vila, mesmo que fosse para buscar remédios e
salvar futuros doentes. Invadir os limites das criaturas monstruosas
da floresta poderia ser fatal. Naquela mesma semana, uma das
criaturas invadiu a vila durante a noite e o sino tocou em sinal de
alerta. As pessoas correram desesperadas para os porões das casas e
sozinha na confusão, Ivy estendeu a mão e alguém a segurou com
firmeza e carinho. Era Lucius, que sempre protegia a jovem cega em
momentos de perigo. Com a vila vazia, “aqueles que eles não
mencionavam” marcaram as portas de algumas casas com um risco de
tinta vermelha. No dia seguinte, o jovem Lucius escreveu um bilhete,
responsabilizando-se pela invasão da vila pela criatura, porque ele
tinha entrado na floresta dois dias antes para procurar Noah. Edward,
o líder dos anciãos, não culpou Lucius e ainda afirmou que ele era
um rapaz de coragem admirável.
A sonhadora Kity finalmente casou-se com outro
rapaz. Na noite do casamento, o sino de alerta tocou novamente,
porque outra criatura estranha tinha invadido a vila. O pânico das
pessoas foi muito grande e a festa foi encerrada. Os moradores
achavam que as criaturas da floresta queriam tomar posse da vila, mas
o líder Edward Walker ficou pensativo após a invasão. Naquela
madrugada Ivy acordou e correu para a varanda da sua casa. Encontrou
Lucius, que estava vigiando a casa para protegê-la. Ele perguntou
como ela sabia que ele estava lá e a jovem respondeu que apesar de
cega, conseguia enxergar uma pequena aura de luz nele. Ivy perguntou
se ele dançaria com ela na festa de casamento deles! O tímido rapaz
ficou tenso, mas confessou que pensava nela o dia inteiro e eles
começaram a namorar. Em pouco tempo, todos na vila souberam da
novidade sobre o novo casal. Então o jovem Noah foi até a casa de
Lucius e sem dizer uma só palavra, esfaqueou o rapaz no abdomen.
Partiu correndo e satisfeito, porque agora Ivy seria só dele.
Quando soube que alguém tinha sido esfaqueado
na vila, Ivy começou a correr pela vila e estendeu a mão. Seu
desespero aumentou quando percebeu que ninguém segurou a sua mão!
Ivy estranhou porque não enxergava aquela pequena aura de luz de
Lucius em nenhum lugar. Então foi até a casa dele e ouviu os
gemidos de dor do rapaz e gritou por socorro. Completamente
transtornada, Ivy pediu permissão ao seu pai para atravessar a
floresta e buscar remédios para salvar o seu amado. Inicialmente
Edward negou o pedido da filha, mas logo percebeu que essa seria a
única forma de salvar a vida de Lucius! Assim o ancião permitiu que
a filha cega atravessasse a floresta, mas alertou a jovem sobre a
maldade existente fora da vila. Ivy atravessou os limites da vila e
entrou na floresta de Covington escoltada por dois rapazes, que logo
a deixaram sozinha por medo das criaturas monstruosas. Ivy deveria
atravessar a floresta e depois seguir por uma estrada de terra, para
chegar até a cidade mais próxima para pedir ajuda.
Ivy temia ser atacada pelas perigos da
floresta, mas o seu amor por Lucius era mais forte que o medo! Logo
ela percebeu que estava sendo seguida por alguém e mesmo sendo cega
conseguiu despistar o perseguidor. Após várias horas de caminhada,
ela encontrou a tal estrada de terra. Empolgada Ivy seguiu em frente
para salvar o amor de sua vida! No bolso ela levava um relógio para
pagar pelos remédios. Alguns quilômetros depois, algo muito
inesperado aconteceu com Ivy. O desfecho dessa história é
inimaginável. A criatividade do roteiro escrito por M. Night
Shyamalan é surpreendente! A reviravolta é uma característica de
seus trabalhos e assim ele conquistou fãs no mundo inteiro.
Independente do que venha a acontecer no desfecho dessa história,
lembre-se do seguinte: “Não conte o final para ninguém!”
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