Sou completamente apaixonado por histórias
cinematográficas que abordam o tema “Viagem no Tempo”. No blog
Minha Vida no Cinema, já escrevi sobre os ícones Em Algum Lugar do
Passado / Somewhere in Time (1980) e De Volta para o Futuro /
Back to the Future (1985). Agora chegou a vez de Peggy Sue – Seu Passado a Espera / Peggy Sue Got Married (1986),
dirigido pelo brilhante Francis Ford Coppola. O longa-metragem
concorreu ao prêmio OSCAR 1987 nas categorias de Melhor Atriz
(Kathleen Turner), Melhor Fotografia e Melhor Figurino. É importante
destacar que apesar da protagonista Peggy Sue ter viajado no tempo, o
filme não é uma ficção científica tradicional. Classifico a história como um romance com pitadas de drama e ficção. Ao contrário
das histórias tradicionais de viagem no tempo em que os
protagonistas ficavam felizes no passado, Peggy Sue sentia-se triste
e melancólica, porque sabia que o seu futuro seria frustrante e que
algumas pessoas queridas morreriam ainda na década de 60.
Em 1985 a senhora Peggy Sue Kelcher tinha 43 anos e
estava triste e desiludida com a vida. Estava divorciada do marido
Charlie Bodell (Nicolas Cage) e vivia com sua filha Beth Bodell
(Helen Hunt). Peggy casou-se aos 18 anos porque estava grávida e
Charlie foi o grande amor de sua vida. Infelizmente o casamento
acabou, porque ele a traiu com outra mulher. A decepção de Peggy foi
tão grande, que várias vezes chegou a pensar que o casamento
prematuro tinha sido um grande erro. Infelizmente a rotina foi apagando aos poucos o brilho nos
olhos daquela jovem, que um dia sonhou com uma vida muito mais feliz no futuro. Desiludida, Peggy pensou várias vezes que faria tudo diferente, se tivesse a oportunidade de refazer o seu
passado! Para complicar ainda mais a sua monótona vida, Peggy foi convidada
para o baile em comemoração aos 25 anos de formatura da turma do
colégio, mas não tinha vontade de comparecer, porque teria que
assumir publicamente o seu divórcio e admitir que tinha se transformado numa pessoa sem graça.
Peggy Sue chegou ao baile da turma do colégio de 1985, com um
vestido típico dos anos 60. No salão de baile foi reencontrando os
amigos do passado como Richard Norvik (Barry Miller), Carol Health
(Catherine Hicks), Walter Getz (Jim Carrey), Maddy Nagle (Joan Allen)
e tantos outros. Para ela era difícil reencontrar as pessoas e
assumir o quanto a sua realidade estava distante daquele sonho
idealizado na juventude. Charlie chegou sozinho ao baile e logo descobriu que mesmo 25 anos depois, a sua
popularidade ainda era muito grande. Peggy tinha vontade de
desaparecer da festa, mas os organizadores queriam eleger o rei e a
rainha do baile. O rei eleito foi o bem sucedido Richard Norvick, que
no passado era o aluno tímido e desprezado pela turma. Assim como no passado, a
rainha do baile foi Peggy Sue. Ela foi escolhida para fazer o discurso
comemorativo dos 25 anos de formatura. Emocionada e confusa, Peggy
começou a falar no microfone, mas logo parou. Olhou para os amigos
no salão e caiu desmaiada!
Quando acordou, Peggy estava deitada numa maca
e foi informada pela enfermeira que já estava tudo bem. Era normal
desmaiar doando sangue! As amigas dela estavam jovens novamente e
assustada ela descobriu, que de alguma forma viajou no tempo e estava
em 1960. A estudante Peggy Sue era a garota mais popular do
colégio! Adorava música e contagiava a todos com sua alegria. A
diferença é que agora ela tinha a mesma aparência daquela garota de 1960, mas uma maturidade de uma mulher divorciada de 1985. Porém, aquela experiência
trazia tristesa e melancolia para Peggy, porque ela já sabia que
a alegria do passado se transformaria em frustração 25 anos
depois. A trilha sonora do saudoso maestro John Barry, valorizou
ainda mais o filme, principalmente o reencontro de Peggy com sua mãe jovem. A fotografia dos anos
60 é iluminada e deixa as roupas, casas e carros ainda mais bonitos. Tudo era tão perfeito que parecia um sonho!
O reencontro com o jovem Charlie Bodell,
seu futuro marido, foi maravilhoso! Para Peggy Sue ele era um rapaz
charmoso, simpático e divertido que ficava ainda mais lindo cantando num grupo vocal. O longa-metragem resgata o frescor da juventude dos
anos 60. Tudo era perfeito, mas Peggy procurou Richard, que era o aluno mais
inteligente do colégio, para dizer que era uma viajante no tempo. O
rapaz não acreditou inicialmente, mas ficou maravilhado ao saber que
o homem pisaria na Lua em 1969 e que no futuro os aparelhos ficariam
cada vez menores, menos o rádio! Peggy Sue queria voltar ao seu
tempo, porque estava triste, porque sabia que o príncipe de
sua vida se transformaria futuramente num sapo. Então ela
percebeu que poderia modificar o seu futuro, terminando o namoro com Charlie. Depois ela escolheria Michael Fitzsimmons (Kevin O'Connor) e modificaria o seu
destino para sempre.
A melancolia da personagem aumentou quando ela reencontrou com seus avós. Sabendo quando e como eles morreriam,
Peggy chorou de emoção. Ela não resistiu e contou para eles que era uma
viajante no tempo. Seu avô disse que sabia como fazê-la voltar
para o futuro de 1985. Ele participava de uma seita que acreditava em
viagens no tempo e quando as luzes apagaram e ela voltaria para seu
tempo, algo aconteceu. Charlie apareceu e disse que não suportava
viver sem ela e que desejava casar e ter filhos. Naquele
momento, Peggy Sue pensou na sua vida futura com Charlie e teve a
chance de mudar o seu destino. Com um final criativo e surpreendente,
o diretor Francis Ford Copolla criou um desfecho com duas interpretações possíveis. Fique atento, porque algumas dicas subjetivas são apresentadas. Peggy teria realmente viajado no tempo? Ela aceitou se casar novamente com Charlie Bodell? Qual a explicação para o prefácio do livro de Richard Norvik? Assista ao longa-metragem, se divirta com a história, com a trilha sonora e tire as suas próprias conclusões!
Minha Vida no Cinema
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