Numa tarde de 1980, fiquei muito
empolgado, quando assisti ao seriado O Elo Perdido na televisão,
pela primeira vez! Os episódios eram exibidos 2 vezes por semana, no
horário das 13h30 min. Eu adorava acompanhar as aventuras da Família
Marshall naquele Universo Paralelo, repleto de dinossauros, plantas
exóticas, templos abandonados, cavernas subterrâneas, criaturas
estranhas e muito mistério. A série foi produzida pela Sid &
Marty Kroft Television Productions e a primeira temporada foi um
grande sucesso de crítica e público. O movimento dos dinossauros,
através da técnica de stop-motion com miniaturas, era sensacional.
Com a técnica de projeção numa tela de fundo, os atores interagiam
com os dinossauros e isso era uma grande novidade para uma série de
televisão na década de 70. Se você também foi fã do seriado O
Elo Perdido na infância e gostaria de relembrar os personagens e as
histórias, saiba que as 3 temporadas foram lançadas no Brasil em
DVD.
A primeira temporada do seriado
foi produzida em 1974. Os personagens tinham personalidade e logo
conquistaram as crianças e os adultos. Rick Marshall (Spencer
Milligan) era um guarda florestal que decidiu fazer uma expedição
numa reserva florestal com seus filhos Will (Wesley Eure) e Holly
(Kathy Coleman). Durante a descida do rio, um terremoto muito forte
atingiu a região e um portal entre dimensões foi aberto. O pequeno
bote dos Marshall, foi jogado numa enorme cachoeira e através do
portal, eles foram enviados para um mundo desconhecido. Aquele lugar,
repleto de ferozes dinossauros, vegetação densa, criaturas
estranhas e tecnologia avançada era O Elo Perdido. Presos naquela
dimensão, a família Marshall escolheu uma caverna, no alto de uma
montanha, como moradia. Logo tornaram-se amigos de Cha-Ka (Philip
Paley), um membro do povo primata chamado Pakuni, que se comunicava
com dialeto próprio.
O Tiranossauro Rex apelidado de
Zangado, era uma grande ameaça para os Marshall e os Pakunis.
Curiosamente, a jovem Holly ficou amiga de um brontossauro herbívoro
filhote, que ela carinhosamente chamava de Tonto. Alguns quilômetros
ao norte da caverna dos Marshall, havia o Templo da Cidade perdida,
que estava abandonado. Porém, nas ruínas abaixo do templo, viviam
os altrusianos chamados de Sleestaks, que eram uma espécie de
homens-lagarto. Eles não falavam, mas emitiam um som assustador!
Várias vezes eles capturaram Will e Holly, para sacrifícios em
rituais tribais. Felizmente essas criaturas não gostavam da luz
solar e tinham medo do fogo. Naquela região também vivia um
Sleestak chamado Enik (Edmiston Walker), que veio do passado,
através de um portal entre dimensões. Era muito inteligente e
conhecia um pouco da tecnologia das Mesas de Cristais do interior das
Pirâmides Pylons, que abriam os portais entre dimensões em ocasiões
epeciais. Para voltar ao seu mundo, os Marshall precisariam da ajuda
de Enik e sorte!
A primeira temporada da serie O
Elo Perdido foi um sucesso, porque a história era educativa,
criativa e muito sombria. O único ponto negativo, foram os protestos
de mães ao canal NBC, reclamando que já não aguentavam mais os
pesadelos de seus filhos com os assustadores Sleestaks. Infelizmente
o canal NBC, para renovar o contrato para a segunda temporada, exigiu
que os episódios fossem menos sombrios e mais infantis. Então na
segunda temporada, a família Marshall e o povo Pakuni, passaram a
viver histórias simples. Os Sleestaks tornaram-se menos assustadores
e o personagem mais interessante foi O Zarn. Ele era um ser
extraterrestre, composto por pontos luminosos, que a bordo de sua
espaçonave manipulava a mente dos humanos. O foco educativo da serie
tinha sido substituído por aventuras simples. Insatisfeito com a
queda na qualidade dos roteiros, Spencer Milligan (Rick Marshall)
deixou a serie no final da segunda temporada (1975).
No
primeiro episódio da terceira temporada, Will e Holly estavam do
lado de fora do Pylon e Rick estava lá dentro. Inesperadamente,
começou um grande terremoto e Rick Marshall desapareceu. Ele
provavelmente acertou a sequência da Mesa de Cristal do Pylon e
voltou para o seu mundo. A abertura do portal entre dimensões
originou o grande terremoto no Elo Perdido, mas é importante
destacar, que quando alguma criatura deixava aquela dimensão
paralela, outra entrava no seu lugar. O tio Jack Marshall (Ron
Harper), que estava procurando a família desaparecida no rio, foi
jogado numa enorme cachoeira após um grande terremoto e acordou no
Elo Perdido. Infelizmente a caverna onde os Marshall moravam foi
destruída, Cha-Ka perdeu a família Pakuni e os Sleestaks perderam
sua casa, depois que as cavernas abaixo do Templo da Cidade Perdida
foram soterradas. Jack, Will, Holly e Cha-Ka passaram a formar uma
família e foram morar num antigo templo ao norte.
Para
a frustração dos fãs, os roteiristas modificaram as
características originais do seriado, na terceira temporada. O homem
primata Cha-Ka passou a morar com a família e aprendeu a língua dos
humanos. O Sleestaks foram escravizados por um homem chamado Malak
(Richard Kiel) e Enik involuiu e tornou-se inimigo dos Marshall. A
audiência caiu muito e a série foi cancelada ao final dessa
terceira temporada (1976). Jack, Will e Holly ficaram presos no Elo
Perdido para sempre e a história não teve um final. Porém se você
assistir somente a primeira temporada e prestar muita atenção aos
detalhes do episódio, poderá encontrar um final baseado no time
loop (laço temporal) da ficção científica, que é quando um
determinado período de tempo se repete várias vezes, sem que os
personagens tenham consciência do fato. Com ou sem o desfecho final,
O Elo Perdido sempre será uma bela lembrança da minha infância,
que ficará guardada para sempre em meu coração!
Blog Minha Vida no Cinema
www.minhavida-nocinema.blogspot.com.br
www.facebook.com/minhavidanocinema.com.br
minhavidanocinema@gmail.com