quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Dança Comigo? / Shall We Dance? (2004)


Guardo com muito carinho a lembrança daquela tarde de sábado, quando assisti Dança Comigo? / Shall We Dance? (2004) no cinema, ao lado da minha mãe e da minha avó. As cenas de dança de salão eram tão empolgantes, que saímos com muita vontade de dançar! O longa-metragem conta a história de John Clark (Richard Gere), um advogado que trabalhava num dos melhores escritórios de Chicago. Era casado com a elegante Beverly (Susan Sarandon) e tinha um casal de filhos, Jenna (Tamara Hope) e Evan (Stark Sands). Sua vida parecia perfeita, mas ele sentia-se sozinho, triste e entediado! Na semana do seu aniversário, não soube responder uma pergunta simples feita por sua esposa: “O que você quer ganhar que caiba numa caixa?” Todos os dias após o trabalho, Clark voltava para casa de trem e passava em frente a Escola de Dança da Senhora Mitzi (Anita Gillette), localizada no 5º andar de um prédio antigo. Ele ficava curioso ao observar que uma linda mulher ficava parada na janela, olhando para a cidade com um semblante triste.




Numa noite ele decidiu conhecer a escola de dança e desceu do trem. Na escada do prédio conheceu Bobbie (Lisa Ann Walter), a aluna mais empolgada da senhora Mitzi. Os olhos de Clark brilharam quando ele viu a linda mulher da janela de perto. Seu nome era Paulina (Jennifer Lopez), a professora mais ilustre da escola de dança. Ela matriculou o novo aluno na turma de quarta-feira, no horário das 19:30h e avisou que a aula começaria em 5 minutos. Mesmo assustado, Clark percebeu que haviam mais 2 alunos na turma. Vern (Omar Benson Miller) sonhava em dançar em seu casamento e Chic (Bobby Cannavale) procurava uma namorada. Os 3 alunos ficaram fascinados quando a professora Paulina e seu par, mostraram como se dança num salão, ao som de “Moon River”. A cada semana, Clark ficava mais motivado com o curso e sua esposa não percebia nada. Beverly só ficou preocupada, quando a filha disse que o pai estava muito feliz com algum novo projeto do escritório.




Indiferente a vida do marido pela rotina do casamento, Beverly pensou que Clark poderia ter uma amante. Então contratou o detetive Devine (Richard Jenkins) para segui-lo. Numa noite de quarta-feira, os alunos aplaudiram um dançarino de cabelos longos e charme latino, que deslizava pelo salão. Tamanha foi a surpresa de Clark, ao descobrir que ele era Link (Stanley Tucci), um advogado tímido e careca do escritório. É importante destacar que os excelentes coadjuvantes, Lisa Ann Walter e Stanley Tucci, protagonizaram as cenas mais engraçadas do filme! Após algumas semanas, Clark tentou fazer amizade com a triste Paulina, mas a bela reagiu dizendo que a senhora Mitzi tinha uma escola de dança e não uma boate. Indignado, ele pensou em desistir do curso de dança de salão, mas estava tão motivado que seguiu em frente. Sua dedicação era tão evidente, que foi escolhido pela senhora Mitzi, para ser um dos parceiros de Bobbie no próximo concurso de dança!




Mesmo dançando com uma peruca, Link foi escolhido pela senhora Mitzi para ser o outro parceiro de Bobbie no concurso. Ela definiu que Clark dançaria a valsa e o passo double, enquanto Link dançaria tango e rumba. Paulina treinaria os alunos por 3 meses e aos poucos ela foi se aproximando de Clark. Foi quando o atrapalhado detetive Devine, informou para Beverly, que seu marido estava encantado por uma jovem e linda dançarina. Na noite da véspera do concurso, Clark disse que estava apavorado e Paulina convidou-o para uma dança na escola. Numa das cenas mais lindas do longa-metragem, Richard Gere e Jennifer Lopez, dançaram divinamente! Finalmente chegou o dia da competição de dança Chicago Taittinger. Beverly e sua filha Jenna foram assistir as apresentações de Clark no concurso. Link e Bobbie foram classificados para a final. Clark estava dançando muito bem, até que desconcentrar-se ao ouvir a sua filha gritar “vai pai” e pisar até rasgar o vestido de Bobbie.




A competição foi interrompida e mãe e filha saíram correndo do local. O desnorteado Clark foi atrás delas e no estacionamento ouviu Beverly dizer que tinha certeza, de que ele estava completamente apaixonado pela linda professora Paulina. Clark nunca mais voltou para a escola e seu sonho tinha acabado. Numa tarde de sol, Link e Bobbie apareceram na casa dele. Foram convidá-lo para a festa de despedida de Paulina. A professora decidiu ir embora para a Inglaterra e escreveu uma carta para Clark. Nela ela dizia que sempre aparecia triste na janela, porque seu parceiro a derrubou no concurso mundial, mas que sua alegria em dançar ressurgiu após treinar aquela turma. No dia da festa, Beverly presenteou o marido com uma par de sapatos novos e foi trabalhar. Clark vestiu o seu smoking, colocou o par de sapatos novos e saiu de casa. Quem ele irá escolher? Façam suas apostas! Ele saiu decidido a resolver sua vida definitivamente...




Clark assumiria uma paixão secreta por Paulina? Clark deixaria claro para Beverly que seu amor por ela era inabalável? Com um desfecho inesquecível e romântico, o longa-metragem dirigido por Peter Chelsom, conquistou as plateias de todo o mundo. Assista Dança Comigo? / Shall We Dance? muito bem acompanhado, afaste os móveis da sala e saia dançando ao som da empolgante trilha sonora.



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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Em Algum Lugar do Passado / Somewhere in Time (1980)




Adoro as histórias sobre o tema viagem no tempo! Em Algum Lugar do Passado / Somewhere in Time (1980) é um filme ambientado nos anos de 1912, 1972, 1980 e a forma encontrada para viajar de uma época para outra é a hipnose por autossugestão. É baseado no livro “Bid Time Return” (1975) do escritor Richard Matheson, que curiosamente fez uma participação nessa adaptação cinematográfica. O longa-metragem dirigido pelo diretor Jeannot Szwarc foi um sucesso, porque a história é romântica, a trilha sonora composta e a orquestrada pelo maestro John Barry (1933 – 2011) são emocionantes, os figurinos são impecáveis e o Grande Hotel em Mackinac Island (Michigan) é maravilhoso! A história começou em 1972, quando o jovem escritor Richard Collier (Christopher Reeve), comemorava o lançamento do seu livro intitulado “Primavera Demais”. Inesperadamente, uma senhora idosa (Susan French) aproximou-se dele, colocou um relógio de bolso dourado em sua mão, disse “Volte para mim!” e foi embora em silêncio. 




Oito anos depois, aquela história ainda era um mistério para Richard Collier, que já era um escritor de sucesso em Chicago. Infelizmente ele estava sem inspiração para escrever um novo livro e pressionado pelo editor resolveu viajar. Após várias horas de viagem, encontrou o belíssimo Grande Hotel em Mackinac Island (Michigan) e se hospedou. Foi recebido por Arthur Biehl (Bill Erwin), o funcionário mais antigo do hotel. Ele vivia ali desde 1910, porque aos 5 anos foi morar com seu pai no alojamento dos funcionários. Curiosamente Arthur tinha a impressão de que já conhecia aquele hóspede. Antes do almoço, Richard passeou pelo saguão do hotel e entrou no Salão Histórico. Passeou tranquilamente, até que encontrou o retrato de uma linda mulher, que ele conhecia de algum lugar. Richard ficou confuso quando descobriu que ela era Elise McKenna (Jane Seymour), a estrela principal de uma companhia de teatro, que se apresentou no Grande Hotel em 1912.




Completamente apaixonado pela senhorita McKenna, o escritor Richard Collier procurou informações na biblioteca e descobriu o seu endereço. Foi até a casa e conversou com Laura Roberts (Teresa Wright) e descobriu que a atriz tinha falecido em 1972, após o encontro com Richard, na noite de lançamento de seu livro intitulado “Primavera Demais”. Naquele momento, ele descobriu que a senhora idosa que lhe presenteou com um relógio de bolso dourado era Elise McKenna e que o livro preferido dela era “Viagem Através do Tempo” de Gerald Finney (George Voskovec). Richard procurou o autor do livro e descobriu que teoricamente a autossugestão hipnótica, poderia fazer uma pessoa voltar no tempo, desde que o local da experiência tivesse uma decoração parecida com aquela do passado. Empolgado com a possibilidade de encontrar a senhorita McKenna em 1912, o escritor Richard Collier comprou um terno e várias moedas num antiquário. Voltou para o hotel e gravou numa fita K-7 a seguinte frase várias vezes: “Eu vou encontrar você!”




No dia seguinte, ele voltou 68 anos no tempo e assinou o livro de registro de hóspedes em 28 de junho de 1912. Encontrou Elise McKenna num belo jardim e se apaixonou! Curiosamente, a primeira frase que ela disse foi: “É você?” Quem não aprovou a aproximação daquele rapaz petulante foi William Fawcett Robinson (Christopher Plummer), o empresário da jovem atriz. Ele já tinha investido muito dinheiro na carreira dela e não aceitaria perder sua estrela para um aventureiro qualquer. Porém a senhorita McKenna gostou de Richard e aceitou o convite para passear e conversar. Nascia ali uma grande paixão e naquela noite ela reservou uma poltrona especial para que seu amado pudesse vê-la no palco. Numa das cenas mais lindas do longa-metragem, Richard entrou nos bastidores e observou que aquela linda mulher, se preparava para tirar um retrato. Quando ela viu o amado, seus olhos brilharam e a mais bela fotografia da carreira da atriz surgiu.




Inconformado com aquela paixão, William contratou dois capangas para afastar Richard de Elise. No dia seguinte, o escritor acordou no estábulo, com as mãos amarradas. Correu para o saguão do hotel e se desesperou ao saber que a companhia de teatro tinha ido embora. Desolado, sentou-se na varanda e ficou olhando a paisagem. Foi quando viu Elise passeando pelo jardim! Ela tinha rompido com a companhia e estava esperando por Richard. Foram para o quarto dela e tiveram uma linda noite juntos e fizeram planos futuros. Porém aquele relacionamento gerava muitas dúvidas. Richard Collier conseguiria viver em 1912 por muito tempo? Como explicar que Elise McKenna e Arthur Biehl tinham a impressão de já conhecer Richard no primeiro encontro? Seria a prova do loop temporal? Após o desfecho do longa-metragem, pensei o seguinte: “Se não houvesse a possibilidade da viagem no tempo, a realidade de Richard Collier seria em 1912 ou 1980?”


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