Adoro
as histórias sobre o tema viagem no tempo! Em Algum Lugar do Passado
/ Somewhere
in Time (1980)
é um filme ambientado nos anos de 1912, 1972, 1980 e a forma
encontrada para viajar de uma época para outra é a hipnose por
autossugestão. É baseado no livro “Bid Time Return” (1975) do
escritor Richard Matheson, que curiosamente fez uma participação
nessa adaptação cinematográfica. O longa-metragem dirigido pelo
diretor Jeannot Szwarc foi um sucesso, porque a história é
romântica, a trilha sonora composta e a orquestrada pelo maestro
John Barry (1933 – 2011) são emocionantes, os figurinos são
impecáveis e o Grande Hotel em Mackinac Island (Michigan) é
maravilhoso! A história começou em 1972, quando o jovem escritor
Richard Collier (Christopher Reeve), comemorava o lançamento do seu
livro intitulado “Primavera Demais”. Inesperadamente, uma
senhora idosa (Susan French) aproximou-se dele, colocou um
relógio de bolso dourado em sua mão, disse “Volte para mim!” e
foi embora em silêncio.
Oito
anos depois, aquela história ainda era um mistério para Richard
Collier, que já era um escritor de sucesso em Chicago. Infelizmente
ele estava sem inspiração para escrever um novo livro e pressionado
pelo editor resolveu viajar. Após várias horas de viagem, encontrou
o belíssimo Grande Hotel em Mackinac Island (Michigan) e se
hospedou. Foi recebido por Arthur Biehl (Bill Erwin), o funcionário
mais antigo do hotel. Ele vivia ali desde 1910, porque aos 5 anos foi
morar com seu pai no alojamento dos funcionários. Curiosamente
Arthur tinha a impressão de que já conhecia aquele hóspede. Antes
do almoço, Richard passeou pelo saguão do hotel e entrou no Salão
Histórico. Passeou tranquilamente, até que encontrou o retrato de
uma linda mulher, que ele conhecia de algum lugar. Richard ficou
confuso quando descobriu que ela era Elise McKenna (Jane Seymour), a
estrela principal de uma companhia de teatro, que se apresentou no
Grande Hotel em 1912.
Completamente
apaixonado pela senhorita McKenna, o escritor Richard Collier
procurou informações na biblioteca e descobriu o seu endereço. Foi
até a casa e conversou com Laura Roberts (Teresa Wright) e descobriu
que a atriz tinha falecido em 1972, após o encontro com Richard, na
noite de lançamento de seu livro intitulado “Primavera Demais”.
Naquele momento, ele descobriu que a senhora idosa que lhe presenteou
com um relógio de bolso dourado era Elise McKenna e que o livro
preferido dela era “Viagem Através do Tempo” de Gerald Finney
(George Voskovec). Richard procurou o autor do livro e descobriu que
teoricamente a autossugestão hipnótica, poderia fazer uma pessoa
voltar no tempo, desde que o local da experiência tivesse uma
decoração parecida com aquela do passado. Empolgado com a
possibilidade de encontrar a senhorita McKenna em 1912, o escritor
Richard Collier comprou um terno e várias moedas num antiquário.
Voltou para o hotel e gravou numa fita K-7 a seguinte frase várias
vezes: “Eu vou encontrar você!”
No
dia seguinte, ele voltou 68 anos no tempo e assinou o livro de
registro de hóspedes em 28 de junho de 1912. Encontrou Elise McKenna
num belo jardim e se apaixonou! Curiosamente, a primeira frase que
ela disse foi: “É você?” Quem não aprovou a aproximação
daquele rapaz petulante foi William Fawcett Robinson (Christopher
Plummer), o empresário da jovem atriz. Ele já tinha investido muito
dinheiro na carreira dela e não aceitaria perder sua estrela para um
aventureiro qualquer. Porém a senhorita McKenna gostou de Richard e
aceitou o convite para passear e conversar. Nascia ali uma grande
paixão e naquela noite ela reservou uma poltrona especial para que
seu amado pudesse vê-la no palco. Numa das cenas mais lindas do
longa-metragem, Richard entrou nos bastidores e observou que aquela
linda mulher, se preparava para tirar um retrato. Quando ela viu o
amado, seus olhos brilharam e a mais bela fotografia da carreira da
atriz surgiu.
Inconformado
com aquela paixão, William contratou dois capangas para afastar
Richard de Elise. No dia seguinte, o escritor acordou no estábulo,
com as mãos amarradas. Correu para o saguão do hotel e se
desesperou ao saber que a companhia de teatro tinha ido embora.
Desolado, sentou-se na varanda e ficou olhando a paisagem. Foi quando
viu Elise passeando pelo jardim! Ela tinha rompido com a companhia e
estava esperando por Richard. Foram para o quarto dela e tiveram uma
linda noite juntos e fizeram planos futuros. Porém aquele
relacionamento gerava muitas dúvidas. Richard Collier conseguiria
viver em 1912 por muito tempo? Como explicar que Elise McKenna e
Arthur Biehl tinham a impressão de já conhecer Richard no primeiro
encontro? Seria a prova do loop temporal?
Após o desfecho do longa-metragem, pensei o seguinte: “Se não
houvesse a possibilidade da viagem no tempo, a realidade de Richard
Collier seria em 1912 ou 1980?”
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