A
primeira vez que ouvi algo sobre a animação Divertida Mente /
Inside Out (2015), foi um ano antes do seu lançamento no
Brasil. Confesso que fiquei preocupado, porque a PIXAR divulgou
inicialmente que a história se passaria dentro da cabeça de uma
menina de 11 anos. Como seria possível transformar emoções como
Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho em personagens? Minha
ansiedade aumentou ainda mais quando li que a animação Divertida
Mente havia sido aplaudida de pé no Festival de Cinema de Cannes
2015. Finalmente as férias de meio de ano chegaram, a animação foi
lançada nos cinemas e fui surpreendido com o enorme número de
críticas negativas! Vários pais e mães reclamaram que a história
era longa, cansativa e confusa. Como cinéfilo blogueiro, assisti a
animação em 3D numa sala quase vazia, um mês após o lançamento.
Lamento
informar, mas a animação não é apropriada para crianças até 10
anos. A história mostrava uma menina de 11 anos vivendo situações
cotidianas, porém nós acompanhávamos as discussões de suas
emoções dentro do seu cérebro. As crianças pequenas se
desinteressaram pela animação, porque não entenderam qual era a
relação entre os 5 personagens coloridos e a menina. A animação
dirigida pelo competente Pete Docter, conta a história da menina
Riley, uma apaixonada jogadora do time de hóquei no gelo da escola.
Seus problemas começaram quando sua família decidiu se mudar do
gelado estado de Minesota, para a quente cidade de São Francisco na
Califórnia. A traumática decisão familiar afetou a vida da menina,
que se desestruturou, porque foi obrigada a deixar o time de hóquei
da escola e perdeu todos os seus amigos de infância.
Eu
fiquei completamente apaixonado por Divertida Mente, porque a
animação soube como descrever um cérebro humano e suas emoções
de forma simples. Cada momento da vida de Riley se tornava uma
bolinha colorida, que ficava guardada em enormes prateleiras de sua
memória de longo prazo. Por exemplo, bolinhas amarelas representavam
momentos alegres, enquanto as bolinhas azuis definiam momentos
tristes. Ainda haviam as bolas vermelhas da raiva, as roxas do medo e
as verdes de nojinho. Os 5 sentimentos viviam numa sala de comando
central, rodeados pelas ilhas da personalidade de Riley, que
representavam a família, os amigos, a bobeira, o hóquei e a
honestidade. Os problemas surgiram no dia em que a menina chegou a
São Francisco e por acidente, a Alegria e a Tristeza foram sugadas
por um tubo e jogadas para outras partes do cérebro da menina.
Perdidas
num labirinto colorido no cérebro de Riley, a Alegria e a Tristeza
conheceram a Terra da Imaginação, Produção de Sonhos, Trem do
Pensamento, Vale dos Momentos Esquecidos, Os Traumas Infantis e o
Amigo Imaginário da Infância Bing Bong. Enquanto isso, os
sentimentos de Raiva, Medo e Nojinho, deixavam a menina com um
comportamento horroroso. Emocionei-me com o amigo imaginário
deprimido, que estava triste por ter sido jogado no Vale dos Momentos
Esquecidos. Michael Giacchino mais uma vez, conseguiu criar uma
atmosfera mágica com sua belíssima trilha sonora. Fiquei encantado
por Divertida
Mente e
considero como uma das melhores animações da PIXAR, porque de forma
simples, mostrou ao público que todos os momentos de nossas vidas
são importantes. Um animação inteligente e divertida que nos
convida a fazer uma reflexão sobre a vida, numa mágica e
inesquecível sessão de cinema.
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