O
diretor John Hughes soube como representar uma geração de
adolescentes nas telas do cinema nos anos 80. Graças a sua
sensibilidade, observou os jovens e depois retratou seus sonhos e
frustrações nas telonas. Sou fã do diretor e gosto muito de grande
parte de sua filmografia! Embora sua obra mais popular seja Curtindo
a Vida Adoidado / Ferris Bueller's Day Off (1986), que inseriu o fantástico personagem Ferris Bueller na
cultura pop mundial, não acredito que seja o seu melhor trabalho. Na
minha opinião, a obra-prima de John Hughes é o filme
Clube
dos Cinco / The
Breakfast Club
(1985),
porque o diretor trouxe para o cinema uma crítica sobre os problemas da escola tradicional dos anos 80, defendendo a liberdade dos adolescentes.
Naquela época, justamente quando nossa criatividade estava na
plenitude, surgiram as inúmeras regras castradoras. Ironicamente, a
curiosidade e a criatividade nunca foram vistas com bons olhos na escola, justamente o
lugar onde deveriam ser mais valorizadas.
O
longa-metragem Clube dos Cinco reflete muito bem os desejos e insatisfações dos jovens estudantes da década de 80. O tema
principal Don´t You (Forget About Me) da banda Simple
Minds ficou eternizado. Na época em que éramos adolescentes,
onde seria fundamental exercitar a criatividade e idealizar o futuro,
fomos cerceados. Os diretores nunca foram nossos amigos e estavam
sempre dispostos a punir. Nosso espírito jovem era equivocadamente tratado como rebeldia! Na história do filme, cinco estudantes
adolescentes, são obrigados a passar o sábado de castigo na escola,
como punição pelas suas falhas. O atleta Andrew Clarke (Emilio
Estevez), a bela Claire Standish (Molly Ringwald), o inteligente
Brian Johnson (Anthony Michael Hall), a isolada Allison Reynolds
(Ally Sheedy) e o rebelde John Bender (Judd Nelson), foram obrigados
a se apresentar às 7 horas da manhã na escola. O antipático
diretor, exigiu que eles escrevessem uma redação, que descrevesse
suas personalidades em 1000 palavras. O problema surgiu porque
adolescentes estavam em transformação constante e o autoconhecimento
nessa fase era quase impossível.
Sozinhos
e trancados na biblioteca, começaram a brigar, porque aparentemente
eram muito diferentes entre si. Afinal de contas, havia algo em comum
entre o atleta galã, a bela mimada, o nerd inteligente, a isolada
esquisita e o rebelde mais temido do colégio? Confinados eles
perceberam que se os estereótipos fossem deixados de lado, eles
descobririam muitas coisas em comum! Sem perceber
fizeram uma terapia em grupo e entenderam que o maniqueísmo ali não
existia. Todos possuíam um lado obscuro, que aflorava como forma de
descontar no mundo, as suas frustrações mais secretas. Aos poucos
concluíram que todos tinham um senso de humanidade, que não
aflorava publicamente porque precisavam manter seus estereótipos
escolares. Você certamente se reconhecerá em algum deles e também
identificará alunos do seu tempo de colégio. Infelizmente, você poderá descobrir
tardiamente, que aquela pessoa diferente, tinha coisas interessantes
para contar e que você perdeu grandes oportunidades de encontrar
novos amigos que poderiam ter trazido ideias novas para a sua vida!
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